Metodologia é como uma receita de bolo, mas para o design, isso vai muito além. Já trabalha pensando no bolo, no recheio e até na calda para a cobertura.
Quando se fala de método para desenvolvimento de projetos, devemos ter em mente um passo-a-passo sobre como seguir para que possa ser alcançado o resultado esperado para atender as necessidades de um público específico. Para isso, o caminho a ser traçado deve ser organizado.
Bruno Munari, teórico do design, estabeleceu, com base em suas observações, e amparado nos processos de design existentes, uma metodologia capaz de contemplar a realização inteligente e viável de qualquer projeto.
O Processo de Design estabelece as relações entre o designer e o objeto a ser projetado (isso pode ser um impresso, um produto, até mesmo uma prestação de serviço). Todo processo de design é tanto um processo criativo como um processo de solução de problemas (Lobach, 1976).
Não existe mágica
O processo metodológico do design, independente de suas variáveis (gráfico, de produtos, de interiores, etc), torna a construção do conceito algo mais coeso. Ao definir propostas baseadas em pesquisas referenciais, conhecemos um vasto leque de opções onde, cada uma nos mostra um caminho de cores, formas e elementos que transmitem sensações propostas pelo projeto de maneiras diversas.
Tomando o segmento do design gráfico, por uma maior familiaridade, ao iniciar um projeto, as etapas de concepção e pesquisa são essenciais. Quando imaginamos situações criativas vindas de insights não conseguimos controlar o fluxo das informações. Elas apenas aparecem “milagrosamente” abrindo caminho para determinado foco, sem atentar-se que podem existir outras opções, senão melhores, talvez mais adequadas ao problema inicial.
O método sendo mais rigoroso em suas partes, porém, não engessando o ato criativo, ao contrário, guia o pensar por linhas definidas cruzando emoções ao repertório particular de cada indivíduo podendo abrir, não apenas uma, mas infinitas formas de solucionar da mesma situação.
Iniciada a busca por soluções, o método trás uma forma dirigida para racionalizar o processo e não a criação, deixando a busca pela inovação como foco para o designer. O que parece contraditório, na verdade representa o controle pelo qual o profissional trabalha. Ao atingir um nível de controle e conhecimento das ferramentas metodológicas, é possível quebrar regras estabelecidas, assim tornando a pesquisa pela inovação e experimentação seu objetivo principal.
Referências
Como ninguém nasce sabendo, e referencias são obrigatórias, seguem algumas fontes para quem tiver interesse em se aprofundar nesse assunto. Quem tiver mais algum material sobre isso, contribua nos comentário!
BÁRBARA, Saulo; FREITAS, Sydney (org). Design: gestão, métodos, projetos, processos. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2005.
ESCOREL, Ana Luisa. O efeito multiplicador do design. 3ª ed. São Paulo: SENAC, 2004.
FUENTES, Rodolfo. A prática do design gráfico – uma metodologia criativa. São Paulo: Rosari, 2004.
MELO, Chico Homem. Design Gráfico caso a caso: como o designer faz design.. 1ª ed. 1º vol. ADG, 2000.
MUNARI, Bruno. Das coisas nascem coisas. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
PANIZZA, Janaina F. Metodologia e processo criativo em projetos de comunicação visual. 2004. 254 p. Dissertação (Mestrado em Ciências da Comunicação). Escola de Comunicação e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo. Disponível em <http://imagem-papel-e-furia.com.br/?p=1492>
STRUNCK, Gilberto. Viver de design. 4ª ed. Rio de Janeiro: 2AB, 2004.
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